o acesso livre em Espanha e (um olhar sobre) os projectos em Portugal

Li e aconselho o post no cibertecário "E Viva Madrid, E Viva Espanha", onde Eloy Rodrigues faz uma síntese dos últimos desenvolvimentos no domínio do acesso livre à literatura científica e repositórios digitais em Espanha.
Da leitura desta entrada e da consulta das ligações disponibilizadas são 2 as ideias que me passam pela cabeça:
1ª) temos que fazer mais em Portugal neste domínio. São alguns os projectos em curso, alguns (mas poucos) os repositórios já em acesso livre, mas é preciso mais, porque corremos o risco de ver o comboio passar...
2ª) integram as novidades de Espanha o recolecta, um projecto que resulta da lógica de parcerias entre bibliotecas universitárias corporizada pela REBUIN. Considero que, neste momento em Portugal, é urgente fazer resultar (algum) projecto comum neste domínio entre bibliotecas do ensino superior. A RUBI nasceu e morreu sem se tornar significativa, o projecto B-on, que resultou do ponto de vista da reunião de esforços na integração de bases de dados bibliográficas para disponibilizar mais informação cientifica para as comunidades académicas, ficou aquém, não tendo ousado ser catalisador de outras parcerias.

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b-on é notícia

Sobre a "primeira" avaliação do impacto da B-ON apresentada no suplemento "Computadores" do Jornal Público no passado dia 12 de Julho, Diogo Vasconcelos, Gestor da UMIC, vê a sua carta publicada hoje no "Computadores", onde esclarece alguns números avançados, reclama maior objectividade e questiona comentários do jornalista. Rui Jorge Cruz, o jornalista e editor em causa, afirma ter-se baseado em dados fornecidos pela assessoria de imprensa da UMIC e mostra-se disponível para fornecer mais informação quando a UMIC entender divulgar mais dados e opiniões. Para além das divergências, esta carta deixou uma interessante informação - a "Elsevier disse que o número de downloads [artigos em texto completo lidos] da Universidade do Porto é de nível equivalente ao de algumas universidades norte-americanas".

b-on

A "Biblioteca do Conhecimento On-line" começa já a ser alvo de avaliações! Esta iniciativa feliz da UMIC, integrada no plano de acção para a sociedade de informação, foi uma aposta do MCES na aproximação das instituições académicas e de investigação portuguesas à produção científica mundial. Um consórcio nacional para acesso a artigos de mais de 3500 publicações periódicas de seis editoras de referência associado a um portal de pesquisa integrado. O balanço do “primeiro trimestre de acessos à Biblioteca do Conhecimento Online (b-on) demonstrou, em termos estatísticos, uma falta de interesse pela maioria dos seus potenciais utilizadores. A b-on teve um pouco mais de 464 mil "downloads" de artigos entre Março e Maio, para uma população potencial estimada em cerca de 450 mil utilizadores, embora faltem ainda dados parcelares de algumas das editoras científicas envolvidas no projecto.+” Bem… 464 mil downloads não me parece nada mau numa fase de arranque e com a “máquina por afinar”, para além do facto de no universo de 450 mil utilizadores estarem incluídos todos os alunos das universidades aderentes, e sabemos nós do deficit de pesquisa bibliográfica de grande parte dos alunos dos primeiros anos das licenciaturas. A B será realmente ON quando percebermos caminhos sólidos de continuidade para o amadurecimento deste consórcio.