Para quem vê os blogues como ferramentas de comunicação para as organizações, com diversas aplicações para as bibliotecas e serviços de informação e documentação, deverá dar sempre atenção aos estudos que se vão fazendo sobre a temática (blogues, blogosfera, redes sociais e web 2.0).
São analises que servem sobretudo para ajudar os profissionais a decidir os espaços na web em que as bibliotecas devem investir e a fundamentar as nossas opções para as web institucional e social dos serviços.
Vale a pena dar atenção a dois relatórios apresentados durante este mês de Abril relativos à realidade em Portugal e no Reino Unido.
Vale a pena dar atenção a dois relatórios apresentados durante este mês de Abril relativos à realidade em Portugal e no Reino Unido.
O primeiro é o flash report “blogues e blogosfera”, do OberCom - Observatório da Comunicação, que “faz uma caracterização dos Bloguers portugueses e da sua actividade de blogging, nas vertentes de consumidores e produtores de conteúdos da blogosfera, e as suas percepções acerca da credibilidade desses mesmos conteúdos comparativamente com os difundidos pelos mass media”.
De entre alguns pontos que merecem atenção destaco os seguintes:
1. É interessante registar que 23.6% dos internautas navega em blogues, e que 21.9% afirma interagir com blogues (comentários, emails). Este número é revelador da essência da blogosfera – espaço de partilha de ideias e informações, interacção entre pessoas, já que praticamente todos os que já visitaram blogues interagiram de algum modo neles.
2. No ponto 3 do relatório – produção de blogues, é de salientar as similitudes existentes entre os dados apresentados e os da análise da blogosfera BAD&LIS em Portugal (que tive oportunidade de estudar entre Março e Maio do ano passado - ver apresentação), nomeadamente sobre a frequência com que actualiza ou sobre os temas.
3. Retive também um dado que contribui para acabar com alguns mitos criados em torno dos blogues e que é relativo às suas temáticas. O relatório refere que “contrariamente à maior visibilidade e publicidade conferida aos blogues sobre política e actualidade noticiosa que são divulgados nos próprios media tradicionais, estes tipos de blogues apenas representam 4.3% e 10.6%, respectivamente.” Devo acrescentar que os maioritários são de entretenimento e que as áreas “cultura e comunicação” e “assuntos profissionais”, onde podem ser integrados os BAD&LIS representam 4,3% cada uma.
Em segundo lugar, faz também sentido olhar um relatório do OFCOM - Office of communications (http://www.ofcom.org.uk/), entidade reguladora para a industria de comunicação e telecomunicações do Reino Unido, que traça um retrato sobre o modo como as pessoas utilizam as redes sociais – “Social Networking: A quantitative and qualitative research report into attitudes, behaviours and use”.
Do muito que vale a pena destacar deste documento, chamo a atenção para dois dados, mas realço a estrutura do documento que, aos necessários gráficos e consequentes análises, associam citações dos entrevistados:
1. O relatório mostra que a utilização das redes sociais diminui com a idade; que 49% das crianças e adolescentes (8 a 17 anos) que utilizam a internet apresentam o seu perfil numa rede social, o que acontece com pouco menos de metade (22%) dos utilizadores jovens/adultos (+ 16 anos).
2. Fica um exemplo interessante sobre a perspectiva dos mais novos sobre este fenómeno das redes sociais... na primeira pessoa: “Everyone is talking about Facebook at college, that is just what we call it, I hadn’t heard of the term social networking sites until you mentioned them – Girl 14, urban/suburban”.
Do muito que vale a pena destacar deste documento, chamo a atenção para dois dados, mas realço a estrutura do documento que, aos necessários gráficos e consequentes análises, associam citações dos entrevistados:
1. O relatório mostra que a utilização das redes sociais diminui com a idade; que 49% das crianças e adolescentes (8 a 17 anos) que utilizam a internet apresentam o seu perfil numa rede social, o que acontece com pouco menos de metade (22%) dos utilizadores jovens/adultos (+ 16 anos).
2. Fica um exemplo interessante sobre a perspectiva dos mais novos sobre este fenómeno das redes sociais... na primeira pessoa: “Everyone is talking about Facebook at college, that is just what we call it, I hadn’t heard of the term social networking sites until you mentioned them – Girl 14, urban/suburban”.
3 comentários:
A mim espantou-me o lançamento desse estudo agora, que tem subjacente o objectivo de caracterizar a blogosfera dos dias de hoje, porque a recolha de dados tem 2 anos. É de 2006.
Nesta área, dados recolhidos em 2006 não exemplificam nem caracterizam absolutamente nada.
O estudo deve ser descartado, ou entã avaliado à luz de 2006, e não à luz da actualidade de 2008 em que a realidade é muito diferente.
Acho uma vergonha que se publiquem estudos desactualizados sem que essa questão seja referida de forma sub-reptícia (fchatécnica).
Tem razão relativamente à data da recolha dos dados. Reproduzo em baixo a nota metodológico que apelida de "forma sub-reptícia".
Antes de mais dizer que me refiro a este estudo porque realmente não abundam estudos nesta área e porque um estudo com dados do 2º trimestre de 2006, mesmo numa área em que as mudanças durante um ano são muito significativas, merece sempre alguma análise. A minha atenção sobre este estudo foi acima de tudo comparativa e de confronto com o meu olhar sobre a realidade.
Não conheço pessoalmente o coordenador do estudo e tive conhecimento dele na manhã do dia em que tive oportunidade de me deslocar até às conversas unicer sobre blogosfera e empresas (Lx, 11 de Abril) e foi a minha leitura de viagem até Lisboa.
Não olho estes estudos, nem nenhum do género, como tratados temáticos, prefiro ler com olhar crítico, perceber a metodologia, relativizar determinados dados e conclusões e depois utilizar as analises que considero importantes como contributos para o meu conhecimento das coisas.
Agradeço a sua chamada de atenção, deveria ter mencionado a data no corpo do post.
"Nota Metodológica: Os resultados apresentados foram recolhidos através de um inquérito por questionário a uma amostra representativa da população portuguesa, de 2 mil indivíduos, com 8 ou mais anos, residentes em Portugal Continental, no âmbito de um estudo sobre a Sociedade Portuguesa em Rede 2006 (CIES-ISCTE), com a coordenação de Gustavo Cardoso (Cardoso, Espanha e Gomes, A Sociedade em Rede em Portugal 2006). O trabalho de campo foi realizado pela MetrisGfK, durante o 2º trimestre de 2006."
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