Esta terça-feira (12 de Fevereiro) foi passada em Lisboa, entre a Faculdade de Letras e a Biblioteca Nacional (BNP).
Primeiro, para participar no Seminário organizado pela secção de tecnologias da informação da BAD sobre “Software Livre e os profissionais da informação”, e depois no Colóquio “Patrimómio bibliográfico e novas tecnologias” na BNP.
Sobre o primeiro, a temática e o programa eram apelativos, porque abordados a partir de experiências profissionais concretas.
Na voz de Helena Patrício, ouvimos a experiência da BNP no estudo da aplicação de software livre, na sua produção e na partilha das questões que devem presidir à selecção dos sistemas informáticos para a realização da actividade biblioteconómica.
De Paulo Vilela, tivemos um enquadramento interessante do open source e uma apologia do uso destes sistemas, com destaque para aplicações de escritório electrónico, como a apresentada – open office.
No primeiro período de debate, que se ficou mais pelos pequenos esclarecimentos técnicos, deu para ficar a ressalva sobre a necessidade de cuidar a gestão da mudança quando se pretende implementar a utilização de novas aplicações open source nas organizações.
No momento seguinte, foram apresentadas as experiências do Instituto de Informática com o software integrado de gestão de bibliotecas – Koha (Pedro Maia e Ricardo Marques), e na Multicert com a gestão documental baseada no Alfresco (Sofia Neto).
Do relato destas duas experiências, exemplo de boas práticas da incorporação de software livre nas organizações, ficaram demonstradas algumas das virtudes da utilização de sistemas software livre: baixo custo, comunidades de desenvolvimento onde cada um tem a liberdade de introduzir melhorias e de tornar públicas as alterações para benefício de todos, adaptação simplificada às necessidades de cada utilizador.
Resultado das quatro apresentações, das achegas de moderador Rafael António e do espaço de debate, ficaram claras algumas ideias:
1. É fundamental perceber a importância do momento em que se fazem a escolhas iniciais, em que se estudam as possibilidades técnicas, a oferta existente, as opções por software livre, proprietário ou de produção própria, as vantagens e desvantagens das diferentes opções, e por último, como disse Pedro Maia (Instituto de Informática - Koha) “definir muito bem o que é essencial e acessório”.
2. As comunidades de desenvolvimento e partilha de conhecimentos são a grande virtude do software livre, porque, do mesmo modo que os intervenientes neste seminário disponibilizaram o seu contacto para “contarem” da sua experiência, outros em muitas organizações, grupos de discussão, blogs e wikis, demonstram a mesma atitude de partilha e desenvolvimento das tecnologias open source.
3. É bom que estas experiências sirvam de exemplo. Quando outros estudarem as possibilidades de implementação na sua organização, devem ter em linha de conta que alguém, numa instituição vizinha, já pensou ou realizou projectos semelhantes e têm trabalho desenvolvido que podem e querem partilhar. E quem sabe poder dinamizar uma comunidade local/nacional de utilizadores, que muito beneficiará o desenvolvimento dos sistemas.
4. Assim, procurar evitar a tentação, que muitos responsáveis bibliotecários têm, em serem os “inventores da roda”, aquela tendência da singularidade gratuita que apenas serve para despender recursos desnecessariamente – a partilha de saberes entre profissionais e uma rede de competências entre instituições será concerteza sinónimo de sucesso… Um sucesso colectivo e com muitos protagonistas!
Por último, parabéns à secção das tecnologias de informação da BAD pela organização deste evento, significa que está atenta aos sinais dos tempos e capaz de promover o encontro dos profissionais para o debate e formação... mas temos que fazer sempre mais.
Sobre o colóquio na BNP, onde obviamente apenas tive em parte da tarde, devo dizer que me pareceu ter tido um número significativo de participantes, e que as comunicações que escutei foram esclarecedoras sobre os objectivos e resultados dos projectos apresentados.
1. Uma questão interessante sobre estas apresentações é verificar que se abordam as componentes técnicas, nomeadamente requisitos técnicos e normas dos processos de digitalização, com uma profundidade significativa e sem receios. Em seminários e colóquios anteriores nesta área, observei que muitas vezes as especificações mais técnicas dos projectos eram remetidos para a área de “informática”, dando a ideia que os profissionais BAD não participavam de nenhuma forma nessas áreas.
2. Um outro aspecto que me pareceu significativo do debate da tarde foi avançado por Júlio Costa, da Biblioteca Pública Municipal do Porto, alertando para a necessidade de se evitar a duplicação de obras digitalizadas, e afirmou não fazer qualquer sentido a mesma peça documental ser digitalizada em diferentes projectos de digitalização e por diferentes instituições (facto que já verificou). Decorrente deste alerta, Inês Cordeiro reiterou o objectivo que a Biblioteca Nacional tem em criar um registo Nacional de Documentos Digitalizados, que funcionará precisamente como mecanismo para evitar a duplicação e rentabilizar o trabalho desenvolvido por cada um.
3. Para finalizar, parece-me que a grande virtude destes projectos reside na disponibilização do património bibliográfico e na promoção do acesso alargado ao património documental à guarda das instituições.
Primeiro, para participar no Seminário organizado pela secção de tecnologias da informação da BAD sobre “Software Livre e os profissionais da informação”, e depois no Colóquio “Patrimómio bibliográfico e novas tecnologias” na BNP.
Sobre o primeiro, a temática e o programa eram apelativos, porque abordados a partir de experiências profissionais concretas.
Na voz de Helena Patrício, ouvimos a experiência da BNP no estudo da aplicação de software livre, na sua produção e na partilha das questões que devem presidir à selecção dos sistemas informáticos para a realização da actividade biblioteconómica.
De Paulo Vilela, tivemos um enquadramento interessante do open source e uma apologia do uso destes sistemas, com destaque para aplicações de escritório electrónico, como a apresentada – open office.
No primeiro período de debate, que se ficou mais pelos pequenos esclarecimentos técnicos, deu para ficar a ressalva sobre a necessidade de cuidar a gestão da mudança quando se pretende implementar a utilização de novas aplicações open source nas organizações.
No momento seguinte, foram apresentadas as experiências do Instituto de Informática com o software integrado de gestão de bibliotecas – Koha (Pedro Maia e Ricardo Marques), e na Multicert com a gestão documental baseada no Alfresco (Sofia Neto).
Do relato destas duas experiências, exemplo de boas práticas da incorporação de software livre nas organizações, ficaram demonstradas algumas das virtudes da utilização de sistemas software livre: baixo custo, comunidades de desenvolvimento onde cada um tem a liberdade de introduzir melhorias e de tornar públicas as alterações para benefício de todos, adaptação simplificada às necessidades de cada utilizador.
Resultado das quatro apresentações, das achegas de moderador Rafael António e do espaço de debate, ficaram claras algumas ideias:
1. É fundamental perceber a importância do momento em que se fazem a escolhas iniciais, em que se estudam as possibilidades técnicas, a oferta existente, as opções por software livre, proprietário ou de produção própria, as vantagens e desvantagens das diferentes opções, e por último, como disse Pedro Maia (Instituto de Informática - Koha) “definir muito bem o que é essencial e acessório”.
2. As comunidades de desenvolvimento e partilha de conhecimentos são a grande virtude do software livre, porque, do mesmo modo que os intervenientes neste seminário disponibilizaram o seu contacto para “contarem” da sua experiência, outros em muitas organizações, grupos de discussão, blogs e wikis, demonstram a mesma atitude de partilha e desenvolvimento das tecnologias open source.
3. É bom que estas experiências sirvam de exemplo. Quando outros estudarem as possibilidades de implementação na sua organização, devem ter em linha de conta que alguém, numa instituição vizinha, já pensou ou realizou projectos semelhantes e têm trabalho desenvolvido que podem e querem partilhar. E quem sabe poder dinamizar uma comunidade local/nacional de utilizadores, que muito beneficiará o desenvolvimento dos sistemas.
4. Assim, procurar evitar a tentação, que muitos responsáveis bibliotecários têm, em serem os “inventores da roda”, aquela tendência da singularidade gratuita que apenas serve para despender recursos desnecessariamente – a partilha de saberes entre profissionais e uma rede de competências entre instituições será concerteza sinónimo de sucesso… Um sucesso colectivo e com muitos protagonistas!
Por último, parabéns à secção das tecnologias de informação da BAD pela organização deste evento, significa que está atenta aos sinais dos tempos e capaz de promover o encontro dos profissionais para o debate e formação... mas temos que fazer sempre mais.
Sobre o colóquio na BNP, onde obviamente apenas tive em parte da tarde, devo dizer que me pareceu ter tido um número significativo de participantes, e que as comunicações que escutei foram esclarecedoras sobre os objectivos e resultados dos projectos apresentados.
1. Uma questão interessante sobre estas apresentações é verificar que se abordam as componentes técnicas, nomeadamente requisitos técnicos e normas dos processos de digitalização, com uma profundidade significativa e sem receios. Em seminários e colóquios anteriores nesta área, observei que muitas vezes as especificações mais técnicas dos projectos eram remetidos para a área de “informática”, dando a ideia que os profissionais BAD não participavam de nenhuma forma nessas áreas.
2. Um outro aspecto que me pareceu significativo do debate da tarde foi avançado por Júlio Costa, da Biblioteca Pública Municipal do Porto, alertando para a necessidade de se evitar a duplicação de obras digitalizadas, e afirmou não fazer qualquer sentido a mesma peça documental ser digitalizada em diferentes projectos de digitalização e por diferentes instituições (facto que já verificou). Decorrente deste alerta, Inês Cordeiro reiterou o objectivo que a Biblioteca Nacional tem em criar um registo Nacional de Documentos Digitalizados, que funcionará precisamente como mecanismo para evitar a duplicação e rentabilizar o trabalho desenvolvido por cada um.
3. Para finalizar, parece-me que a grande virtude destes projectos reside na disponibilização do património bibliográfico e na promoção do acesso alargado ao património documental à guarda das instituições.
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